segunda-feira, 12 de março de 2012

Oposição estará unida, mas no segundo turno







Recife, segunda-feira, 12 de março de 2012
Ocordão que isola o PSDB dos demais partidos da oposição no Recife é feito de fios frágeis. Na realidade, a “exclusão” dos tucanos das discussões sobre o processo sucessório na capital é alimentada no discurso, mas irreal na prática. É mais uma consequência da conjuntura de momento. Ao se conversar com atores do DEM, PMDB, PPS e PMN, observa-se que a confirmação prematura da candidatura do PSDB é a razão primeira do isolamento. Por terem viabilizado o seu concorrente antes dos demais postulantes oposicionistas, os tucanos passaram a ser encarados quase como adversários. Daí para se atribuir isolamento ao partido foi um pulo.

O cerne da questão está na estratégia pensada pelo líder maior da oposição, senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), para 2012. Para ele, o bloco deve lançar duas candidaturas. Como uma já está sacramentada, resta uma outra disputada por três postulantes: os deputados federais Raul Henry (PMDB) e Mendonça Filho (DEM) e o ex-deputado Raul Jungmann (PPS). Diante disso, as discussões, neste momento, estão se dando apenas entre os três. Mas a verdade é que ao se falar num eventual segundo turno, o discurso unifica rapidamente. Todos querem estar juntos. Com os tucanos, inclusive.

Pré-candidato do PSDB, o deputado estadual Daniel Coelho diz que nunca se sentiu isolado e defende a legitimidade tucana para sedimentar projeto majoritário no Recife. “Os outros partidos têm seus nomes e todos querem sair candidatos. Acontece que eles esperavam o apoio do PSDB para as suas candidaturas, o que não se concretizou. Mas isso (o discurso do isolamento) é ocasional. Vai ficar nítido quando as candidaturas forem confirmadas”, disse. “Nem todos da oposição, apresentaram esta postura”, completou.

De fato, há quem não veja mal algum na firmeza tucana. “O PSDB fez uma escolha legítima e tem uma candidatura irreversível. O PSDB não se coloca na discussão, mas se quiser ser inserir será bem-vindo. A gente tem que ter esse entendimento. Daniel é do nosso grupo. Não queremos isolá-lo. Absolutamente”, observou Raul Henry. Jungmann reforça o que pensa o peemedebista. “Se Daniel for para o segundo turno, o apoiaremos”, frisou, acrescentando que o pré-candidato tucano não “é problema”, que mantém uma relação cordial com ele e que, inclusive, jantaram juntos na última quarta-feira.

Quem também destaca a manutenção do diálogo com o postulante do PSDB é Mendonça Filho. Segundo ele, do ponto de vista de articulação, nada muda. “Temos mantido contato tranquilamente. Não está aniquilado o diálogo”, disse. Se um dia existiu, o tal cordão se rompeu.

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