terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

JORNAL OESTE NOTÍCIAS -PRES.PRUDENTE - POLÍCIA CIVIL PEDE SOCORRO





JORNAL FLIT PARALISANTE

POLÍCIA SEM CERIMONIAL

JORNAL OESTE NOTÍCIAS -PRES.PRUDENTE -13/02/2011- POLÍCIA CIVIL PEDE SOCORRO

Durante esta semana, a equipe de reportagens do Jornal Oeste Notícias acompanhou de perto o trabalho das 14 Delegacias de Polícia de presidente Prudente e constatou uma preocupante realidade: policiais civis trabalham em completa falta de estrutura. Sem exageros, seja em relação a seu espaço físico, administrativo o de pessoal, a instituição tem dado sinais claros de falência e, com isso, prestando desserviço à população prudentina e região. Entre os problemas identificados, está a falta de servidores, acúmulo de função – em que o investigador de polícia está ocupando o lugar de um escrivão – materiais de escritório de baixa qualidade, imóveis completamente destruídos, ausência de salas de espera, inundações internas, falta de acessibilidade e segurança patrimonial, bem como provas de crimes armazenadas em corredores e embaixo de escadas por falta de local apropriado. Todas as delegacias de Polícia da cidade estão operando com falta de servidores. Há 15 anos, o quadro da instituição registrava 1,8 mil funcionários, entre peritos, escrivões, investigadores, fotógrafos e desenhistas. Atualmente, o número não chega a 774. Com a abertura de novos distritos policiais no município, como as delegacias da Mulher e do Idoso, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo repatriou policiais civis, sem criar novas vagas. Tal ação desfalcou os já deficientes distritos de Presidente Prudente.  Outra situação desconcertante é fato de que os equipamentos de trabalho, como computadores, impressoras, armamentos, coletes e viaturas foram completamente renovados. Entretanto, faltam funcionários para manuseá-los. “Temos máquinas novas e equipamentos de última geração, mas a maioria está parada ou encaixotada, porquê não há operadores. No caso das viaturas, a legislação prevê que só pode rodar em dois policiais. Mas só tem um, para cada carro da delegacia”, informou um policial civil. A Polícia Científica, que funciona no prédio do Deinter 8 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) responsável por 22 municípios da região, possui apenas uma equipe técnica, formada por um fotógrafo e um perito. Se há um acidente na região, Presidente Prudente fica desfalcada. A equipe necessitara ainda de um desenhista, mas este tem que permanecer atuando internamente, no lugar de um escrivão. “O cidadão que sofre algum acidente de trânsito, não pode contar com a perícia policial no local. Se for grave, até a equipe chegar de fora, a situação fica comprometida, assim como o tráfego da via em que ocorreu. Precisamos de, no mínimo, dois grupos atuando em Prudente. Tem policial se aposentando e outros emprestados ou saindo de licença e, com isso, esvaziando cada vez mais a PC”. Mas, de todos os distritos policiais visitados, o 6º DP é o que possui as piores condições de trabalho. É responsável por uma das áreas de maior concentração urbana de Prudente, a zona Sul (Ana Jacinta, Mario Amato, Jardim Prudentino, Anita Tiezzi, Residencial Esmeralda, Santa Fé, Tropical, Vila Real, Higienópolis e Itaipu, bem como a Rodovia Júlio Budinski). Não há sala de espera para a população. A vítima em atendimento e o suspeito detido em averiguação são obrigados a ocuparem o mesmo espaço. Não há acessibilidade. O corredor de acesso às salas é tão estreito que não passa um cadeirante. Falta escrivão. As provas são amontoadas em uma cela e no banheiro. Faltam lâmpadas nas salas e segurança no imóvel, que fica no Conjunto residencial Ana Jacinta.
EditorialEditorial do dia: 13/02/2011


Estado 
estarrecedor

Quando o Estado não cumpre as obrigações que lhe cabem, a cara conta do desserviço tem de ser paga duas vezes pela população. A primeira vem na forma dos impostos. A segunda se dá na contratação de serviços particulares para suprir as deficiências das instituições públicas. O estado estarrecedor em que se encontram os distritos e delegacias da Polícia Civil espalhados por Presidente Prudente é um retrato fiel do descaso com que o governo paulista trata a segurança pública. A reportagem do Oeste Notícias apurou, na última semana, problemas em 14 locais nos quais a Polícia Civil presta atendimento ao público em Presidente Prudente. A falta de estrutura para o trabalho dos agentes do Estado é estarrecedora. Os prédios estão sucateados, falta acessibilidade, provas de investigações encontram-se espalhadas pelo chão e não há funcionários suficientes para a demanda de serviços. Como se isso tudo não bastasse, as vítimas ainda se veem obrigadas a compartilhar espaço com bandidos e falta a reposição de insumos básicos, como lâmpadas para iluminar os ambientes de trabalho. Como pode o Estado de São Paulo, a unidade mais rica e desenvolvida da federação, deixar a segurança pública jogada às traças? É uma vergonha que o PSDB, que domina o governo paulista desde 1995, tenha cravado na segurança pública do Estado de São Paulo esta marca deletéria. Os profissionais da Polícia Civil, que merecem todo o nosso respeito, por mais que se esforcem, não conseguem trabalhar de forma decente, diante de tamanho abandono. Delegados, investigadores, escrivães, peritos e outros servidores que, através de disputados concursos públicos, decidem seguir carreira no Estado estão de mãos completamente atadas. Não conseguem desempenhar suas funções porque o governo limita ao máximo os investimentos, deixando os funcionários a pão e água. São verdadeiros heróis que cotidianamente resistem ao completo descaso do governo paulista. Garantir uma estrutura adequada e eficiente para o funcionalismo é tarefa fundamental do Estado para que a população receba serviços de qualidade na segurança pública. Não dá para entender por que o Estado instala distritos e delegacias para atender os bairros da cidade sem dotá-los de condições de funcionamento. Devido à incompetência do Estado, a população prudentina se vê ameaçada e com isso obrigada a gastar uma fortuna com serviços particulares de segurança. Isso acende uma chama perigosa. Ao descuidar da segurança pública, o Estado privatiza uma função que é, constitucionalmente, de sua incumbência. A contratação de serviços privados de segurança exige muita atenção. As pessoas precisam buscar informações sobre os prestadores dos serviços contratados, para saber se possuem qualificação, treinamento, preparação e honradez para atuar em área tão delicada. Se não tomarem as cautelas necessárias, as pessoas podem se tornar vítimas da coação de verdadeiras milícias que se beneficiam das fragilidades do Estado. 
Tania Alencar

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