Por Cecília Olliveira
O Rio de Janeiro esteve nas manchetes mundiais durantes os últimos dias. Tudo por causa da incursão policial na Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão. Muitos foram os louvores aclamados, mas poucas as discussões.
Quando digo que poucas foram as discussões, não me remeto apenas a esta incursão em específico. Me refiro há anos de omissão. Os problemas que o Rio de Janeiro enfrenta são um tanto quanto peculiares, e não datam de hoje ou ontem. Como a polícia que lida com umas situações mais críticas do mundo é uma das mais mal pagas do país? Como a “política de segurança” de um estado pode ser baseada em responder atentados? Representantes do poder público declaram saber paradeiro de criminosos, mas não os prendem, pelo contrário, fazem questão de avisar que ‘dia tal vai ser instalada UPP no morro X’. Como digo, sou da época em que o ‘elemento surpresa’, era surpresa e era desencadeado com o fim de prender quem devia algo a justiça.
Quando digo que poucas foram as discussões, não me remeto apenas a esta incursão em específico. Me refiro há anos de omissão. Os problemas que o Rio de Janeiro enfrenta são um tanto quanto peculiares, e não datam de hoje ou ontem. Como a polícia que lida com umas situações mais críticas do mundo é uma das mais mal pagas do país? Como a “política de segurança” de um estado pode ser baseada em responder atentados? Representantes do poder público declaram saber paradeiro de criminosos, mas não os prendem, pelo contrário, fazem questão de avisar que ‘dia tal vai ser instalada UPP no morro X’. Como digo, sou da época em que o ‘elemento surpresa’, era surpresa e era desencadeado com o fim de prender quem devia algo a justiça.
Mas para embasar estas dúvidas, e por conseqüência, o cenário conflituoso fluminense, vamos aos números. Dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança apontam que o Rio de Janeiro é o Estado que mais cortou gastos com segurança. E para a surpresa (não tão surpresa assim) os cortes mais profundos foram no setor de inteligência (!!!). Em 2008, a área teve investimento de R$ 70,5 milhões, contra R$ 26 milhões em 2009, uma queda 63,14%. No mesmo período, houve aumento nos índices de homicídio doloso (0,7%) e latrocínio (5,6%).
De forma geral, os investimentos em Segurança no Rio de Janeiro foram 25% menores que em 2008 (3,7 bilhões em 2009, ante 4,9 bilhões em 2008). De acordo com o estudo, a redução também causou impacto no valor per capita gasto na área. Enquanto em 2008 o Rio de Janeiro gastava uma média de R$ 310,00 por habitante com segurança pública, em 2009 esse valor caiu para R$ 232,00, inferior aos R$ 270,00 observados em 2006, início da série histórica do Anuário. Em 2008 a Segurança Pública recebia 12,1% do orçamento estadual, total que caiu para 8,6% em 2009.
O estudo aponta que São Paulo segue como o Estado brasileiro que mais destina recursos ao setor. Entre 2008 e 2009, foi registrado crescimento de 12,96% nos gastos com a área, indo de R$ 8,9 bilhões para R$ 10,1 bilhões. Em seguida aparece Minas Gerais, que repassou R$ 4,9 bilhões à segurança pública em 2008 e R$ 5,6 bilhões em 2009, um crescimento de 13,32%.
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