segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Experimentos em Psicologia – Bruce Alexander e o mito do vício


Scarface_tony_montana_cocaine
Scarface doidão querendo fazer amigos
Por Rodolfo Araújo
para o Acerto de Contas


Nos textos mais recentes exploramos alguns comportamentos humanos relacionados a escolhas feitas em ambiente pouco familiares, onde os indivíduos encontravam-se em situações de estresse. Especificamente os artigos sobreZimbardo e Milgram mostraram como as pessoas acabam tomando decisões que prejudicam aqueles à sua volta, num momento em que havia a possibilidade de escolher entre se fazer o bem ou o mal a alguém. Hoje veremos como o indivíduo faz tal escolha numa situação em que ele próprio sofrerá as conseqüências mais imediatas: o uso de drogas.
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Na década de 1970 o uso de drogas pesadas atingia níveis endêmicos com a disseminação da cocaína pelos EUA, além dos veteranos da Guerra do Vietnam que voltavam para casa viciados em heroína e os revolucionários movimentos da contra-cultura, que popularizaram o LSD.

Depois de o vício em drogas ter sido associado à imoralidade e àfraqueza de caráter, a corrente de pensamento da segunda metade do século XX atribuía o uso e o abuso das drogas a questões essencialmentefarmacológicas. Colocavam a dependência química quase como um inevitável fim para aqueles com alguma predisposição inata sendo, portanto, uma questão médica.
Recentes experimentos com ratos e macacos relatavam dramáticos desfechos de estudos onde, em condições experimentais, as cobaias chegavam a preferir droga em vez de comida, muitas vezes morrendo de fome. Mas o psicólogo americano Bruce Alexander encontrou algumas inconsistências nesses relatos que mostravam o vício em drogas como um destino quase irrevogável e praticamente dissociado do livre arbítrio


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