Ser policial é um meio de vida, e não de morte, de martírio. A polícia persiste no cumprimento fiel do seu dever, dando mostras de que realmente é uma "Legião de Idealistas", como reza seu hino institucional. Humildemente tem aceitado seus críticos mais exaltados; e fazendo calado silêncio por seus heróis de hoje e ontem, procura promover medidas que, dentro de suas competências, possam amenizar uma situação tão crítica. A vida pessoal do policial, também aí encontra sua ruína. Com pouco tempo para a família - já que nas horas de folga está trabalhando -, massacrado por um "stress" desumano, estará exposto a vícios de bebidas e drogas. O número de divórcios na polícia é grande, assustador; os suicídios também ocorrem, mas não com tanta freqüência. A causa não é o regime interno como querem alguns, mas o baixo salário que leva o homem a buscar seu sustento fora da Corporação. Não é simples ser policial. Os Direitos Humanos não valem para ele. Valem para os pobres, os negros, os ricos, os brancos, os índios. Valem para os marginais, os indiciados, os condenados, os criminosos (nada mais justo, pois são todos iguais, todos homens e mulheres sujeitos de direitos), mas são as vítimas; o vilão é o policial. Para ele, só obrigações. Onde estão as abordagens da condição em que o Governo Estadual obriga seus policiais a trabalharem? Fornecem-se viaturas, uniformes novos, mas o homem - que se trata do elemento mais fundamental da atividade policial - é sucateado. Seu salário é vergonhoso, sua formação é elementar - não por culpa da Polícia que não busca votos em eleições -, seus equipamentos obsoletos ou defeituosos, a legislação não o resguarda; ele é sempre o vilão, a presunção de veracidade dos atos administrativos, nele é questionada; a opinião pública, graças àquela propaganda fortemente ideológica e parcial, e contra ele. Quando age correta e até heroicamente, disso nem sequer se faz menção - pensa-se: "cumpriu com sua obrigação; para isto é pago".
SINPOL/GO
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