"'Doutor' não é forma de tratamento, e sim título acadêmico utilizado apenas quando se apresenta tese a uma banca e esta a julga merecedora de um doutoramento.
Emprega-se apenas às pessoas que tenham tal grau, e mesmo assim no meio universitário.
Constitui-se mera tradição referir-se a outras pessoas de 'doutor', sem o ser, e fora do meio acadêmico. Daí a expressão doutor honoris causa - para a honra -, que se trata de título conferido por uma universidade à guisa de homenagem a determinada pessoa, sem submetê-la a exame.
Por outro lado, vale lembrar que 'professor' e 'mestre' são títulos exclusivos dos que se dedicam ao magistério, após concluído o curso de mestrado.
Embora a expressão 'senhor' confira a desejada formalidade às comunicações - não é pronome - (...) não existe regra legal que imponha obrigação...
Na verdade 'você' é variante - contração da alocução - do tratamento respeitoso 'Vossa Mercê'.
A professora de lingüística Eliane Pitombo Teixeira ensina que os textos literários que apresentam altas freqüências do pronome 'você', devem ser classificados como formais.
Na edição promovida por Jorge Amado 'Crônica de Viver Baiano Seiscentista', nos poemas de Gregório de Matos, destacou o escritor que Miércio Táti anota que 'você' é tratamento cerimonioso. (Rio de Janeiro/São Paulo, Record, 1999)." (grifos nossos).
Extrato de sentença prolatada nos autos do Processo n.º 2005.002.003424-4, da 9ª Vara Cível, Comarca de Niterói, pelo Juiz de Direito Alexandre Eduardo Scisinio.
Delegado é delegado.
Pode ser tratado por 'você'.
DOUTOR NUNCA, a não ser no meio acadêmico e desde que tenha logrado doutoramento.
O tratamento de senhor até pode ser empregado, desde que recíproco, já que em relações profissionais entre autoridades policiais com competências distintas e sem vínculo de subordinação entre si, deve prevalecer a reciprocidade.
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