Nem vai ser preciso a humanidade esperar mais trinta e seis
mil anos para cientificar-se de grandes mudanças e revelações, até hoje
tumulares ou em desenhos maias, estupefacientes para novas reflexões e
conquistas do homem – tão destruidor de tantas memórias. Sem turbantes de
feiticeiros, baralhos e búzios, melhor nos unir em família para festejar Jesus,
seu dia, a Paz para todos e o perdão para aqueles que não fizeram o que sabem –
tampouco fizeram nada. Nem Antonio Vieira estigmatizou um sonho. E não é que,
nas sombras espirituais, achei o caminho estorvado e condenatório ao
estoicismo? Isso mesmo. Trocando em pederneiras: saí da ordem-do-dia do
empecilho e indiferença a previsões para provocar a resignação que as pessoas
buscam quanto ao destino das coisas. Sabem, debaixo de um pé de azeitonas
roxas-oliveiras, encontrei um papiro fungado e retraçado pelo tempo, escrito em
sete línguas misturadas e ininteligíveis. Guardei-o sob a vigília de sete
chaves até procurar um decodificador japonês (pois só um descendente do sol
nascente é capaz de decifrar hieróglifos). O homenzinho de olhos rasgados e
cheio de curvadas mesuras quase se abestalha de espanto. Passou sete dias e
sete noites enfronhado em riscos e rabiscos. Finalmente o veredicto: o mundo se
arrependerá de tanta idiotice cometida pela humanidade. Assim, guardemos nossos
corações protegidos contra o rancor das pessoas infelizes e respiremos a
energia positiva de um sempre novo ciclo de vida. Que tal começarmos 2013 do
zero como Cristo. O mundo jamais se acabará, gente! Pode sim, por acesso
imbecil de dirigentes de países fanáticos por religião e etnia, que seja
desencadeada uma guerra nuclear entre eles e aliados. Entretanto, vai se acabar
um pedaço de civilização incivilizada. Que bom! Estaremos livres dela, seja
qual for. Nem maias, nem dezembro deste ano, nem incas, nem a monja de Dresden,
nem Nostradamus nem os profetas anchos pelos cinco minutos de fama de Wharol
regem o mundo nem acabarão com a criação de Deus. Por exemplo, em aramaico, tal
o “stigmata” cinematográfico, as chagas virão para as pessoas de boa vontade,
refletidas na lógica do entendimento como nos ensinou o Filho. Pouco importa o
anticristo, que já serpenteia entre nós em cada esquina, nos sobressaltando com
ameaças à paz global. “O Reino de Deus
está em cada um de nós e ao nosso redor” – teria escrito Jesus, do próprio
punho, num papiro quiçá escondido pelo Vaticano. Porém, os sinais do papiro em
sete dialetos estão traduzidos. Revelarei noutro artigo a seguir. Animado com
tal descoberta em pesquisa de que, após as sete revelações, chegaria o
Salvador, creiam, o papiro de agora foi adiado.
Rivaldo Paiva é da Academia Recifense de Letras
E-mail: paiva.rivaldo@hotmail.com
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