quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Um papiro adiado



Nem vai ser preciso a humanidade esperar mais trinta e seis mil anos para cientificar-se de grandes mudanças e revelações, até hoje tumulares ou em desenhos maias, estupefacientes para novas reflexões e conquistas do homem – tão destruidor de tantas memórias. Sem turbantes de feiticeiros, baralhos e búzios, melhor nos unir em família para festejar Jesus, seu dia, a Paz para todos e o perdão para aqueles que não fizeram o que sabem – tampouco fizeram nada. Nem Antonio Vieira estigmatizou um sonho. E não é que, nas sombras espirituais, achei o caminho estorvado e condenatório ao estoicismo? Isso mesmo. Trocando em pederneiras: saí da ordem-do-dia do empecilho e indiferença a previsões para provocar a resignação que as pessoas buscam quanto ao destino das coisas. Sabem, debaixo de um pé de azeitonas roxas-oliveiras, encontrei um papiro fungado e retraçado pelo tempo, escrito em sete línguas misturadas e ininteligíveis. Guardei-o sob a vigília de sete chaves até procurar um decodificador japonês (pois só um descendente do sol nascente é capaz de decifrar hieróglifos). O homenzinho de olhos rasgados e cheio de curvadas mesuras quase se abestalha de espanto. Passou sete dias e sete noites enfronhado em riscos e rabiscos. Finalmente o veredicto: o mundo se arrependerá de tanta idiotice cometida pela humanidade. Assim, guardemos nossos corações protegidos contra o rancor das pessoas infelizes e respiremos a energia positiva de um sempre novo ciclo de vida. Que tal começarmos 2013 do zero como Cristo. O mundo jamais se acabará, gente! Pode sim, por acesso imbecil de dirigentes de países fanáticos por religião e etnia, que seja desencadeada uma guerra nuclear entre eles e aliados. Entretanto, vai se acabar um pedaço de civilização incivilizada. Que bom! Estaremos livres dela, seja qual for. Nem maias, nem dezembro deste ano, nem incas, nem a monja de Dresden, nem Nostradamus nem os profetas anchos pelos cinco minutos de fama de Wharol regem o mundo nem acabarão com a criação de Deus. Por exemplo, em aramaico, tal o “stigmata” cinematográfico, as chagas virão para as pessoas de boa vontade, refletidas na lógica do entendimento como nos ensinou o Filho. Pouco importa o anticristo, que já serpenteia entre nós em cada esquina, nos sobressaltando com ameaças à paz global. “O Reino de Deus está em cada um de nós e ao nosso redor” – teria escrito Jesus, do próprio punho, num papiro quiçá escondido pelo Vaticano. Porém, os sinais do papiro em sete dialetos estão traduzidos. Revelarei noutro artigo a seguir. Animado com tal descoberta em pesquisa de que, após as sete revelações, chegaria o Salvador, creiam, o papiro de agora foi adiado.

    Rivaldo Paiva é da Academia Recifense de Letras
    E-mail: paiva.rivaldo@hotmail.com


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