segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O fino do complexo



            Há tempos somos nordestinos, pernambucanos e recifenses, ousados sem empáfias e, pela história, fomos revolucionários libertários, mostrando coragem e civismo nas lutas contra o colonialismo (um erro para com os holandeses – em seus ensinamentos (não havia diplomacia eficaz na época). Depois, séculos depois, ainda conservávamos certo status de grandeza (primeiro ponto mais perto da Europa e África (aí a destrambelhada) e chegamos – o Recife a ter uma renda per capita maior do que a de Londres; éramos o berço cultural do Brasil e ditávamos a moda. Chegamos a ser depois, por força política, lideranças pensantes. Pois bem, por que somos tão complexados quanto ao Sul e Sudeste do Brasil, não hoje, já há muito? Quando começamos a divulgar que somos o maior de tudo (esqueçam “Pernambuco Falando para o Mundo” – que era verdade: a Rádio Jornal do Commercio alcançava o mundo mesmo). Durou pouco este e outros fatos semelhantes. No entanto agora, danou-se – é o maior dos shoppings do mundo, a maior rede de farmacologia, o segundo maior pólo médico, o melhor aeroporto, a maior avenida em quilômetros em linha reta do país. Quando chegam os de fora – prestigiados “mufinhas”, como artistas de TV de segunda, cinema, locutores esportivos, modelos tupiniquins, jogadores, DJs, pagodeiros ridículos, axés e um bando de conjunto musicais da pior qualidade. Aí a mídia começa a dizer que eles adoraram o Recife, as crônicas sociais estampam que todos vão voltar a visitarmos e que adoraram a comida tal, a praia tal e que jantaram uma comida maravilhosa em Porto de Galinhas, são loucos pelo povo pernambucano, Carnaval etc. e vai por aonde? Em plenas Olimpíadas, o nosso complexo de inferioridade também nos esportes atinge o nível internacional mais ridículo, enquanto os investidores em novos atletas e suas preparações doam tanto, mas recebem mais (a tal lavagem de dinheiro, que vemos tal o hoje julgado no STF dos mensaleiros bandidos – espero que pelo menos os decentes das Forças Armadas brasileiras fiquem atento, senão “o ultimo que sair do Brasil vai apagar a luz (os do bem)”. Que vergonha o esporte brasileiro. O dinheiro não chega aonde deveria chegar. E, vejam bem, tenho minhas dúvidas de quando chegam para onde vão? Um País de 250 milhões de habitantes não ser capaz de formar grandes atletas, só continuam apoiando grandes ricos drogados e os corruptos no Congresso Nacional. Corpore sano, ah! Sem mente, ah!... Ah, 2016! Fora o complexo?
PS – Essa palhaçada dos dirigentes do meu Sport (acho que mais meu) está passando do limites. Quero que saibam, seu Dubeux, caríssimos Jarbas, Zé Moura, Wanderson, Luciano, outros, e asseclas do dinheiro, que esta história de esconder o contrato da Arena vai dar mais um “boi” – e esse vai ser caro. Meu prezado Sílvio Neves perdoe-me, mas você tá devagar demais. Escreverei ainda.

    Rivaldo Paiva é escritor – E-mail: paiva.rivaldo@hotmail.com

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