Certa vez,
o célebre pensador e filósofo espanhol Miguel de Unamuno, saído, notem bem, da
geração de 1898, em plena ascensão do ditador Francisco Franco, corajosamente
troou aos quatros cantos ibéricos: “A Espanha me dói”. Eram tempos de
quixotismos políticos no mundo europeu. Eras de erros de juízos, senão de
moral. Unamuno chorou sua dor com discretos lampejos de otimismo. Nem toda
monarquia é uma ditadura, mas toda tirania tem as estripulias e maldades de
novos “reis” mascarados de socialistas de Cuba, Coréia do Norte, Irã, Síria,
China, Venezuela, arábicos, o diabo, que insistem em se auto-proclamar suas
repúblicas de democráticas do “cavalo do cão”. É triste, mas faz parte. Aqui
quando precisam de votos a máfia de ricaços lobistas, petistas, peemedebistas
(sem os rebeldes) e aliados (sem excluir os bandidinhos escondidos por debaixo
das saias do DEM, PSDB, PP, PR, PPS, e os Pqps) correm pra nós, indulgentes
analfabetos e pobres, bonzinhos que só. Pois aí. A tal “monarquia” que hoje vemos
nas “barbichas” dos governantes, representantes e adjuntos (com exceções
várias) transformada em democracia pura é, no mínimo, hilariante. A mesma
monarquia que seduziu um dia Joaquim Nabuco renasceu no solo espanhol –
esplendorosa de democracia – e a liberdade republicana parecia ter raiado num
rasgo de esperança, quando à luz da queda do Estado Novo de Vargas em 1945. Em
plena vivacidade eleitoral a incitar os valores da liberdade, Gilberto Freyre
repetiu o mestre espanhol, bradando do alto do palanque do candidato à
presidência da República, brigadeiro Eduardo Gomes, abrindo sua oratória diante
milhares de pessoas, arrematando que o Brasil também lhe doía. A atualidade
política brasileira muito se integra àquela dor episódica e que não
desmancharia a morte das gerações futuras – para o mal ou para o bem, contanto
que com enlevo a qualquer esperança que fosse para o bem. No entanto, meus
caríssimos leitores, estamos perto de mais um embate eleitoral. Votar em quem?
Eis a questão. Quem é honesto? Ninguém ao certo sabe. Quem são competentes?
Quem não vai roubar mais? Nossos corações andam enfraquecidos de tristeza com o
quadro de safadeza dos políticos do Brasil (com raririssíssimas precauções –
vide CPIs e o que quiserem desvendar). Entram, além do Legislativo, o
Judiciário – Deus do céu! O Executivo nem é bom falar. Portanto, enquanto durar
esta “monarquia” de pilantras mandando no nosso País, nossas emoções estarão se
transformando num desencanto de viver. Nascemos no melhor país da face da terra
e longe de sermos felizes, quedamo-nos a legisladores e mandatários
aproveitadores, frios tais as pedras que nunca saem de seus lugares, salvas
para nos ferir. São muitos “reis” na política brasileira, que nunca pensaram em
cultivar flores e sonhos para o seu povo. Bom seria que imitassem o então jovem
Honoré de Balzac, depois célebre romancista francês, recusando, peremptório, a
sugestão do pai, que queria vê-lo político. – “Quero ser literato” – respondeu.
– “Meu filho, para ser literato, ou rei ou nada.” – “Então, pai, eu vou ser
rei.” – Que bom se tivéssemos esses reis a mandarem em nós. E ainda hoje nos
obrigam a votar!...
Rivaldo
Paiva é escritor –
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