segunda-feira, 14 de maio de 2012

Não votem neles!


            Certa vez, o célebre pensador e filósofo espanhol Miguel de Unamuno, saído, notem bem, da geração de 1898, em plena ascensão do ditador Francisco Franco, corajosamente troou aos quatros cantos ibéricos: “A Espanha me dói”. Eram tempos de quixotismos políticos no mundo europeu. Eras de erros de juízos, senão de moral. Unamuno chorou sua dor com discretos lampejos de otimismo. Nem toda monarquia é uma ditadura, mas toda tirania tem as estripulias e maldades de novos “reis” mascarados de socialistas de Cuba, Coréia do Norte, Irã, Síria, China, Venezuela, arábicos, o diabo, que insistem em se auto-proclamar suas repúblicas de democráticas do “cavalo do cão”. É triste, mas faz parte. Aqui quando precisam de votos a máfia de ricaços lobistas, petistas, peemedebistas (sem os rebeldes) e aliados (sem excluir os bandidinhos escondidos por debaixo das saias do DEM, PSDB, PP, PR, PPS, e os Pqps) correm pra nós, indulgentes analfabetos e pobres, bonzinhos que só. Pois aí. A tal “monarquia” que hoje vemos nas “barbichas” dos governantes, representantes e adjuntos (com exceções várias) transformada em democracia pura é, no mínimo, hilariante. A mesma monarquia que seduziu um dia Joaquim Nabuco renasceu no solo espanhol – esplendorosa de democracia – e a liberdade republicana parecia ter raiado num rasgo de esperança, quando à luz da queda do Estado Novo de Vargas em 1945. Em plena vivacidade eleitoral a incitar os valores da liberdade, Gilberto Freyre repetiu o mestre espanhol, bradando do alto do palanque do candidato à presidência da República, brigadeiro Eduardo Gomes, abrindo sua oratória diante milhares de pessoas, arrematando que o Brasil também lhe doía. A atualidade política brasileira muito se integra àquela dor episódica e que não desmancharia a morte das gerações futuras – para o mal ou para o bem, contanto que com enlevo a qualquer esperança que fosse para o bem. No entanto, meus caríssimos leitores, estamos perto de mais um embate eleitoral. Votar em quem? Eis a questão. Quem é honesto? Ninguém ao certo sabe. Quem são competentes? Quem não vai roubar mais? Nossos corações andam enfraquecidos de tristeza com o quadro de safadeza dos políticos do Brasil (com raririssíssimas precauções – vide CPIs e o que quiserem desvendar). Entram, além do Legislativo, o Judiciário – Deus do céu! O Executivo nem é bom falar. Portanto, enquanto durar esta “monarquia” de pilantras mandando no nosso País, nossas emoções estarão se transformando num desencanto de viver. Nascemos no melhor país da face da terra e longe de sermos felizes, quedamo-nos a legisladores e mandatários aproveitadores, frios tais as pedras que nunca saem de seus lugares, salvas para nos ferir. São muitos “reis” na política brasileira, que nunca pensaram em cultivar flores e sonhos para o seu povo. Bom seria que imitassem o então jovem Honoré de Balzac, depois célebre romancista francês, recusando, peremptório, a sugestão do pai, que queria vê-lo político. – “Quero ser literato” – respondeu. – “Meu filho, para ser literato, ou rei ou nada.” – “Então, pai, eu vou ser rei.” – Que bom se tivéssemos esses reis a mandarem em nós. E ainda hoje nos obrigam a votar!...

               Rivaldo Paiva é escritor –  

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