sábado, 18 de fevereiro de 2012

PR: após indicativo de greve, governo negocia com Polícia Civil

PR: após indicativo de greve, governo negocia com Polícia Civil

Representantes das associações dos policiais civis do Paraná e do governo do Estado reúnem-se na tarde desta sexta-feira em Curitiba para discutir uma nova proposta de valores da tabela do subsídio à Polícia Civil. Em assembleia, os policiais já decidiram pelo indicativo de greve.


Segundo o presidente do Sindicato das Classes de Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), André Luiz Gutierrez, após o anúncio do indicativo de greve e da operação padrão, o governo sinalizou a possibilidade de renegociação.


Duas outras entidades representativas, o Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol) e a Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (Adepol), aderiram ao movimento grevista, o que, no entendimento do sindicato, pressiona, de certa forma, o governo para reiniciar o diálogo. De acordo com Gutierrez, o prazo para o início efetivo da greve em todo estado termina na segunda-feira.


"Nós sempre estivemos abertos ao diálogo e à negociação, mas a proposta do governo quanto à tabela do subsídio é inaceitável", disse ele. Para Gutierrez, a oferta não representa aumento real de salário para os policiais civis, nem abrange todas as classes - com exceção da quarta e da quinta, com uma elevação salarial quase irrisória.


Os policiais rejeitaram o aumento salarial proposto, de 26% (20% mais reposição da inflação). Segundo a assessoria do governo, o Paraná passará a pagar a seus policiais civis remuneração melhor que a dos profissionais do Estado de São Paulo. Conforme a assessoria, na polícia paulista, um investigador de terceira classe recebe R$ 2.757,30. No Paraná, um agente no mesmo estágio receberá um subsídio de R$ 4.209,15 a partir de maio deste ano, e de R$ 5.562,81 em 2014.


Com a rejeição da proposta, a Polícia Civil iniciou uma operação padrão nesta quinta-feira. Segundo o Sinclapol, os policiais deixaram de realizar tarefas que não são suas atribuições, mas que vinham sendo acumuladas. O sindicato também comunicou ao governo que, a partir das 0h do sábado de Carnaval, apenas 30% dos 4 mil policiais do Estado trabalhariam, conforme determina a lei para greves em serviços essenciais.


Desde a manhã de ontem os policiais civis não estavam fazendo a escolta de presos. Além disso, durante as visitas, deixaram de atender familiares de detentos que estão nas delegacias. "Policiais têm de revistar pessoas como se um distrito policial fosse um presídio. Isso não será feito e a consequência será a suspensão das visitas", afirmou André Gutierrez.


Tania Alencar 

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