terça-feira, 23 de agosto de 2011

Podridão


Podridão

            Estão podres os três poderes da nossa República, como “nunca antes na história deste País”, até no futebol e religiões. Voltamos à Masada (negação ao Deus judeu)? Ou essas “santas inquisições”, quanto às denúncias de roubalheiras e safadezas desses políticos donos das mais ousadas caras-de-pau das eiras brasilienses são dirigidas para “imbecis” feitos nós? Ao longo de longas primaveras republicanas sempre houve corrupção e danadices dos que fazem nossos poderes constituídos, porém “nunca como agora”. Tem cheiro de coisa no ar, que não a poluente vergonha que estremece o Brasil (depois eu conto). Isso é bom, entretanto é preciso que não forjemos arautos da moralidade de uma hora pra outra – pregoeiros da Sacerdotisa de Vesta, um tanto sem juízo, deusa do fogo em terra onde ainda se procura aperfeiçoar uma democracia. Que prendam (Viva a Polícia Federal!), algemem, e arrebentem os noticiários para que todo povo do mundo saiba (mas ajam fortemente contra esses bandidos). Sem punição severa, não se inibe os políticos e adjuntos dessa laia – que calculam bem seus riscos de ficar na rua e cheios do nosso dinheiro nos bolsos. Alguém tem que julgá-los. Quem? Quem? Se houver uma justiça sem ser cega (no sentido literal) como sempre e séria só um pouquinho (que já é demais) para findar todos os processos e  mandarem os condenados para a cadeia, Ave! Todavia, preliminarmente, é um negócio pra lá de transformismos. Lamentando, não vejo com bons olhos ou acentuado odor, as medidas vestais que se agigantam. Na realidade, nem a maioria do Executivo, tampouco do Legislativo, sequer do Judiciário, têm condições morais para julgar alguém no Brasil de hoje. Ou substituímos somente os atuais integrantes sujos de todos os três segmentos (federais e estaduais) ou, melhor, seria criarmos um tribunal popular – cadê os caras-pintadas? Não por plebiscito (pois o voto de um povo cercado de pobreza e ainda alienado é cheque sem fundos – dizia Agamenon). Será difícil. Que tal se eleger um novo Congresso Nacional (fechando este que está aí numa revolta popular – vide o Oriente de agora) para elaborar outra Constituição (pois quem já teve tantas, uma a mais não fará diferença) com leis penais mais duras, proibindo os atuais representantes do povo de se candidatarem pelo resto de suas vidas, como versou o poeta Maciel Pinheiro, “sem posturas de galinhas” – “pois, pelo menos, elas produzem ovos”. Não levem esse mal para si os raríssimos políticos e juristas honrados – mas seria um sacrifício que vocês fariam para a felicidade geral da Nação. Enfim, ou se passa o Brasil a limpo agora... Ou nunca mais. Está fétido esse reinado de Vesta no reino de Vera Cruz.
PS – De tanta raiva pela situação de País vamos relaxar com os “Marcos do Tempo” de Rafael Rocha, “Brincando com Flores” de Luciene Freitas, junto aos “Holandeses em Pernambuco”, de Leonardo Dantas – novos livros que recomendo com entusiasmo. 

            Rivaldo Paiva é escritor – E-mail: paiva.rivaldo@hotmail.com

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