quinta-feira, 30 de junho de 2011

Capelinha de marmelo


Capelinha de marmelo

            Opa! Pode ser de Melão, mas não a de São João, que acordou mais cedo, morrendo de vergonha pela “bela” e “singela” criação da capelinha de marmelo por um bocado de políticos que o povo de Pernambuco elegeu para todos os gostos. Assim também já é demais também senhores 38 deputados que fizeram nossa Constituição de restos de pétalas, espinhos e folhas de cravos, de rosas e de manjericão. Olha aí o que sempre abordo! Vejam o resultado de se dar maioria a um lado só nas eleições! Vira, sabem o que? Ditadura, minha gente! Populismo! Vamos começar a pichar os muros de “Abaixo os pelegos”, como a maioria dos que estão hoje nos governos estaduais e Federal fizeram no passado contestando os militares (pena que não se façam mais autoridades para defender de verdade nossa Carta Magna e de cidadania, ficando só nos “leros-leros” dos mandões atuais num todo). Mentem tão deslavadamente que até Pinochio enrubesceu. Começaram lá pelo Planalto com mensalões, negociatas e fraudes – ninguém foi nem é preso –, os magistrados e ministros do Supremo são indicados pelos presidentes da vez e não vão votar contra quem lhes deu o “bocão”, “boquinha” é nos TCEs. Hoje os conluios são abertos, debochados (vide o presidente “eterno” da Alepe Guilherme Uchoa rindo ironicamente no JC e outros jornais pela “vitória”, esquecendo do seu pai, honrado Juiz Walfrido, que não permitia um beliscão na nossa Lei Maior) – é, faz parte. Luiz XI dizia há um porrilhão de tempo que em política, “quem não sabe dissimular, não sabe reinar”. Tal por câmaras e poderes Executivos. Cercamo-nos de problemas administrativos – e só se ouve promessas: Não à Miséria, PACs, a segurança está equipada e meio (quando se precisa do Corpo de Bombeiros, se atenderem, chegam depois do fogaréu consumir tudo – a PM idem, até dizem que não têm viaturas naquele momento para uma emergência, e o que ouvimos em propaganda é que nosso projeto está além mar e até as altas tecnologias foram emprestadas para Angola). A saúde, credo cruz! Educação tá de penar! Agora, Arenas da Copa, e seus faturamentos, óooó! Entretanto para rasgarem a nossa Constituição Estadual, basta um “samba-in-love” cochichado nos ouvidos dos aliados da Casa Joaquim Nabuco e lá se vai a honra da instituição. Parabéns aos que se recusaram à pressão das Princesas – afinal, em política ainda temos tradição de irredentismo e coragem cívica. Nove, apenas nove, deputados merecem nosso respeito neste episódio, sem esquecer seus gurus. Fizeram bonito de Antônio Moraes (PSDB), passando pelos do PTB (5) capitaneados pelo senador Armando Neto e Augusto Cesár, PV, DEM de Maviel, à brava e séria Tereza Leitão – sabem de onde? Do PT, mas de fibra. Daí a crise de autoridade ser o nosso maior problema. E essa crise se revela, como sempre, pela perda do equilíbrio e, assim sendo, por duas manifestações opostas: a deficiência e o excesso – ganância por ter mais continuamente o poder nas mãos de poucos com chicote pronto pra muitos. Ora encontramos a autoridade hipertrofiada, com a sua natureza alterada e a conseqüente diminuição dos direitos de quem a sofre. Ora, a vemos atrofiada, com a perda de seus requisitos essenciais e o abuso dos direitos que deveria regular e limitar. Querem saber? Marmelada é muito, a capelinha da AL é de melão melado mesmo.

   Rivaldo Paiva é escritor – E-mail: paiva.rivaldo@hotmail.com 


Nenhum comentário: