quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Leiam os dois textos abaixo.

É por isso que digo: não devemos dar trégua aos parlamentares eles são 'nossos empregados', portanto têm que trabalhar muito bem para fazerem jus ao que recebem.

Tânia - escripol em São Paulo

1º texto
Quem é o palhaço?

Parabéns para nós! Mesmo que nem eu nem você tenhamos votado no Tiririca e, em outros do mesmo nível que irão nos representar nas várias esferas do poder, eles estão eleitos.

Então a maioria vence. Lógico.
É o sentimento do povo brasileiro.

ENTÃO, CONFIRA…
Segundo os dados do Correio do Povo RS (edição 03.10.2010)
Tiririca, e todos os deputados federais irão perceber por mês:
Salário: R$ 16.512,00
Ajuda Custo: R$ 35.053,00 Essa ajuda de custo é para passagens aéreas até a base, fretamento de aeronaves (você já andou de avião ou anda com frequência) cota postal e telefônica, combustíveis, divulgação do mandato, aluguel de escritório político assinatura de publicações e serviços de tv e internet, contratação de segurança.

Auxílio Moradia: R$ 3.000,00

Auxílio Gabinete: R$ 60.000,00 (Para contratrar de 5 a 25 funcionários)

Despesa Médica: R$ Ilimitada (Pode gastar o que quiser mediante qualquer recibo, sem contestação)
Telefone Celular: R$ Ilimitado ( Não existe restrição de uso, então o que gastar é pago.)

Ainda como bônus anual: R$ (+ 2 salários = 33.024,00)

Só com os números divulgados são: R$ 114.565,00 por mês, fora a bonificação anual e os ilimitados.

Quem é o palhaço?

Fonte: E-mail recebido

2º Texto

Os empregados do povo
quarta-feira, 8/julho/2009
Papéis invertidos, mentira em verniz de verdade, são ambos casos socialmente curiosos, perfeitamente factíveis no hodierno contexto. O caso que mais me vem à cabeça é o comportamento paradoxal de alguns dos políticos. Em um momento, às festejadas eleições, estão sorridentemente comendo à mesa do povo aos abraços de juras de amor eterno. Em outro, estão recolhidos nos recônditos de seus escritórios, quase ninguém mais os vê com tanta frequência, nem mesmo aqueles responsáveis por colocá-los no poder. Mas qual a hierarquia? Se o povo proporciona o poder ao político, logo esse é dependente daquele. Então, infere-se que o político eleito deve ao povo um trabalho, um projeto, uma produção, um resultado. Daí concluí-se que os políticos estão subordinados ao povo que decide sua entrada e até mesmo, se for o caso, sua saída do poder. O problema é que o povo, ah, o povo, não sabe disso, ou se sabe finge que não sabe. Por isso, o povo comporta-se como se fosse empregado dos políticos, esperando que eles decidam o que fazer, sem ao menos guiá-los, liderá-los. Não, não, não, não. Tá tudo errado. No mundo político a hierarquia é diferente e o povo está no topo. Os políticos trabalham para o povo. Então, o povo é o empregador dos políticos. Ele é quem paga seus altos salários quando compra um quilo de feijão na “budega” do Seu João. Ele, sim, ele, o povo, é quem paga para eles pensarem e agirem. Ele, sim, ele, o povo, é quem dá as cartas, quem admite e quem demite. Então, vamos inverter a inversão desse papel e colocar tudo no seu devido lugar. Senhoras e senhores eu vos apresento o patrão de todos os políticos brasileiros: o povo brasileiro.

Calma, imagino que você até está mais feliz por saber disso e que, inclusive, pensou em comprar um terno alinhado e uma gravata bacana para parecer um executivo. Mas, não precisa de tanto. Você é importante aí na sua simplicidade mesmo. Isso, chefe, é você quem decide. A Dona Maria que vende cocada, o Seu João que vendo Cuscuz, o Seu José que vende tapioca. Você, Zé da Feira, ou você, Chicão dos Caranguejos, não importa quem você seja ou o que faça, é um cidadão e faz parte do grupo dos patrões dos políticos que estão aí para trabalhar para o povo. Então, feita a desinversão dos papéis, e apresentados os atores, vamos explorar mais um pouco as nuances dessa relação tão diária e duradoura.

Você, cidadão, tem empregados que trabalham diariamente para criar leis e executá-las em seu benefício, em benefício do povo. Se você não assumir sua posição de patrão, ah, sinto muito dizer, mas você vai ser tapeado, com certeza. Vai porque o patrão não pode eximir-se da função de líder, pois se assim o fizer estará colocando seus subordinados num barco sem rumo. Ora, como pode um deputado trabalhar para o povo se o povo não o inspecionar de perto, mandando emails, perguntando, exigindo, investigando, colhendo informações, olhando de perto seu trabalho diário? Não funcionam as empresas assim? Quando não há um líder o barco fica sem direção. A liderança é necessária, pois caso não exista um líder, então, vários líderes aparecerão e haverá conflito. Então, quando o povo não assume a função de responsável pelos políticos, logo os políticos invertem os papéis e pensam ser eles os manda-chuva. Opa, nada disso. Os políticos não são meninos, eles sabem que o povo os elegeu, o povo pode tirá-los de lá e que o povo tem uma lista de exigências para o bem da sociedade e que eles devem lutar por isso e prestar conta disso, como fazem os subordinados aos seus patrões.

Portando, você tem cumprido bem seu papel de líder cidadão? Tem inspecionado o político em quem você votou? Tem procurado saber o que ele anda fazendo? Você tem olhado se seu trabalho tem a qualidade necessária para que você o pague com seus impostos o tanto que ele ganha? Você tem visto se ele está sendo assíduo, se está participando ativamente, se está por dentro dos problemas da sociedade? Sim, claro, como não poderia deixar de ser, você tem exigido capacitação profissional dos seus empregados políticos? Você sabe se ele já fez uma preparação para assumir o cargo tão importante que ocupa? A mão de obra que você colocou no poder tem qualidade realmente? Está certo disso? Bota a mão no fogo por ele? Senão, exija imediatamente uma preparação desses seus políticos empregados para que o País, o Estado e a Cidade não sofram. Por isso você, patrão, povo, líder, deve buscar sempre a resposta para essa pergunta: meu empregado político produziu alguma coisa hoje?

Win Rodrigues - wintemberg@digi.com.br
Comentário Empreendedor
Win Rodrigues, 30, é administrador pela UFRN e escritor, autor do livro (teatro) Dr. Gänsehaut. Escreve, normalmente às quartas-feiras, sobre assuntos diversos sob a ótica do empreendedorismo. Twitter.

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