quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O meu agradecimento aos policiais que estão em Brasília: muito obrigada

Hoje, 18/08/2010, nossos colegas estão em Brasília lutando por todos nós policiais do Brasil afora. Mais uma vez, nós, representados por esses policiais, fomos desrespeitados e humilhados pelo poder legislativo, pelo poder público.

Os policiais que lutam e imploram pela aprovação da PEC 446, são os que vivem de salário. São honestos. Num gesto de desespero, invadiram o Salão Verde da Câmara dos Deputados a fim de que se votasse a PEC 446 que traria a tão suplicada valorização policial.

No país, a segurança pública chegou ao caos. Reflexo de uma política arcaica. É evidente que precisamos de um Plano Nacional de Segurança Pública, já comentado em diversos meios e veículos de imprensa, em que se ouviria governos, lideranças políticas e entidades. Concordo, mas acho que deveriam ouvir em primeiro lugar seus agentes, ou seja, os policiais que estejam envolvidos diretamente no combate à criminalidade. ”Nós sabemos quais são os nossos problemas e dificuldades.”

Há uma série de questões que prejudicam, em nível nacional, o sistema de segurança pública. Algumas pequenas modificações, colocada de forma simplista, já iriam contribuir bastante para a valorização da carreira policial como: uma reestruturação policial que beneficiasse todas as carreiras e não somente a de delegados; processo seletivo feito somente por fundações ou institutos idôneos (Vunesp, Cespe, Carlos Chagas, etc) e não pela academia de polícia como acontece em São Paulo; para os próximos concursos, a exigência de nível universitário para todas as carreiras; no curso de formação, a implantação de uma disciplina que abordasse o tema ‘assédio moral’, já que, por muitas vezes, nós policiais somos, face ao excesso de trabalho e relações hierárquicas autoritárias, submetidos à situações desrespeitosas e arbitrárias; uma corregedoria ativa, isenta, que tratasse todos (todas as carreiras) em condições de igualdade; salários melhores, pois percebe-se que os baixos salários incrementam a vulnerabilidade das polícias não só à violência como à corrupção.

Os policiais estão desesperados sim. Pedindo e gritando: “Hei, olhem pra nós. Precisamos de ajuda”. Imploram respeito e valorização por seu árduo trabalho em busca da diminuição da criminalidade. São homens e mulheres que, para sustentarem seus filhos, familiares, trabalham em dois ou até três empregos. Em dias de folga, deixam de descansar, pois sabem que precisam do ‘bico’.para complementação de sua renda. Todo policial, certamente, gostaria de se dedicar exclusivamente à sua atividade fim, mas em vista da atual política salarial se vê obrigado a recorrer a outras formas de sustento.

O que se vê atualmente no quadro efetivo das polícias em território nacional é um policial fatigado, doente e estressado. Isso decorrente do próprio tipo de trabalho, adicionado a tudo que foi exposto acima. Esse triste e assombroso quadro compromete todo o sistema de segurança pública nacional, repercutindo na sociedade diretamente no cidadão.

Tânia – Escripol em São Paulo

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