sábado, 6 de março de 2010

Mercado de trabalho. Quadro melhorou, já que há dois anos recebiam 33% a menos que os homens


A média de horas gastas com afazeres domésticos por semana é de 33,5
QUEILA ARIADNE
Elas estudam em média um ano a mais do que os homens, mas ganham menos do que 80% do salário dos homens. Para eles, o mercado paga em média R$ 8,06 para cada hora trabalhada. Elas ganham cerca de R$ 6,26: 22% a menos. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da região metropolitana de Belo Horizonte, divulgados ontem pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese). Outra pesquisa, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que as mulheres passam em média 9,2 anos na escola, enquanto eles estudam 8,2 anos.

O diretor do Observatório do Emprego e Renda da Sedese, Paulo Guerra, explica que, apesar de a diferença salarial ainda ser grande, ela vem caindo. Em 2009 foi 22%, mas em 2008 chegou a 33%. Se a conta for feita com os valores absolutos dos rendimentos, a diferença sobe para 46%, sendo R$ 1.449 para os homens e R$ 991 para elas. "Temos que considerar o valor da hora trabalhada e não o salário médio, pois as mulheres costumam ter uma jornada menor", considera Guerra.
Embora a jornada seja menor para as trabalhadoras, elas fazem turno extra em casa. "A média de horas gastas com afazeres domésticos por semana é de 33,5 para mulheres e dez para homens", compara a presidente do Conselho Estadual da Mulher, Carmem Rocha.
Fora de casa, a presença feminina no trabalho doméstico também é grande. A cada 100 mulheres ocupadas, 15 atuam nessa categoria, que está mudando o perfil. Em 2000, 24,8% das domésticas tinham entre 18 e 24 anos, 8,9% tinham entre 50 e 59 anos e as com mais de 60 nem apareciam na pesquisa.
O setor onde as mulheres predominam é o de serviços, com 60,5% das colocações, contra 58% em 2008. Isso ajuda a explicar porque a taxa de desemprego na RMBH cresceu menos para as mulheres (0,8%) do que para os homens (13,9%). "Pelo que pesquisamos, serviços foi a área menos afetada pelos impactos da crise econômica em 2009", justifica Guerra. A construção civil também registrou aumento de contratações, de 0,8% para 1,1%.



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