domingo, 25 de outubro de 2009

BANDIDO COM CONSCIÊNCIA SOCIAL

Repórter do JC Online relata como estamos todos vulenáveis. Ladrão ainda disse ser vítima
POSTADO ÀS 14:17 EM 24 DE OUTUBRO DE 2009
Por Inês Calado
Consultório médico. Escola de inglês. Supermercado. Não importa se estamos na periferia ou em bairros considerados nobres. Podemos ser vítimas da violência que assola o Recife em qualquer lugar. E de formas cada vez mais assustadoras. Nessa sexta-feira (23), por volta das 18h30, estava no estacionamento do Bompreço dos Aflitos. Sozinha, guardei a feira que acabara de fazer na mala e segui para casa. Minutos depois, na Rua do Futuro, surge um homem no banco de trás do meu carro e, com uma arma, anuncia o assalto. 
"Fique quieta, fique quieta. Não faça nada, senão atiro". Ainda demorei alguns segundos para entender o que estava acontecendo. Como aquele homem estava no meu carro? Consegui ver pelo retrovisor que era um rapaz novo, no máximo 20 anos. E fui alertada: "Não olhe não, não olhe não".
Pediu dinheiro, celular, aliança, relógio, enquanto eu dirigia, sem saber para onde. Ele disse que, se eu fizesse tudo que pedisse, não iria acontecer "latrocínio" (sim, palavras dele). Quando descobriu que a correntinha que uso no pescoço com um pingente da minha filha era de prata, desprezou.
Consegui manter a calma. Perguntei para onde iríamos. Ele disse que só iria descer na sua área. Poucos quilômetros depois, pediu para ficar numa parada de ônibus próximo ao Clube Náutico, na Avenida Rosa e Silva, sua área. E afirmou: "Sou vítima moça". 
Depois que o homem que, em poucos minutos, me fez todo tipo de ameaça com uma arma desceu do meu carro, cai em prantos. Depois de quatro anos de ter tido meu esposo sequestrado, no Recife, fomos mais uma vez vítimas da violência que, a cada dia, nos deixa com vontade de morar em outro lugar.
Ainda não fui ao Bompreço cobrar mais segurança, afinal o homem entrou no meu carro enquanto estava no estacionamento deles. Também não fui à delegacia prestar queixa. Sei que preciso fazer isso. Mas agora não consigo. Só quero ficar perto da minha família e agradecer a Deus por não ter sido vítima, como bem disse o assaltante, de mais um latrocínio no Recife.
Inês Calado é repórter do SJCC

Um comentário:

Anônimo disse...

Não se preocupe Sérgio, pois o governo do estado não pensa que Polícia precisa ganha bem para trabalha bem, basta cada vez mais homens com um salário ridículo (Polícia é profissão de pobre e ponto final!)e obrigá-los a mostrar resultados com rondas, inquéritos produzidos, autorias indicadas, estatísticas, cursos de qualificações, ameaça-los com processos administrativos e etc, agora salário que é bom nada!!! Agora isso não vale para as outras profissões do sistema de justiça criminal, porque juiz, procurador, promotor e até servidores da justiça (profissões de "elite", né?) tem que ganhar bem para trabalhar bem para bem representar os poderes do Estado.
Nesse país vejo, infelizmente, apenas duas profissões em que o profissionais só precisam de chicote e qualificação para trabalhar bem, os professores e os policiais, é mole?
Por fim, Sérgio, acho que você deveria tornar mais democrático seu blog, pois sou leitor assíduo, mas você costuma censurar constantemente meus comentários, os quais de forma alguma são ofensivos e fora do contexto da realidade da segurança pública no nosso estado, porém, apenas, discorda muitas vezes das idéias do próprio autor ou da matéria trazida por ele. Porem, de qualquer forma, um abraço!